A consultoria Bain & Company lançou a nova edição do “Global Private Equity Report”, que analisa globalmente os mercados dessa classe de ativos. Segundo o estudo, a indústria de private equity levantou US$ 589 bilhões no ano passado, enquanto os investimentos sofreram queda de 18% em âmbito mundial, mas permaneceram em níveis elevados. Os desinvestimentos caíram 23% em valor, também próximos aos níveis recordes.
Segundo a análise, o cenário se deve ao recorde de avaliação dos ativos, que, combinado com a concorrência de compradores corporativos, dificultou um pouco as aquisições por parte dos fundos de private equity e levou à redução de valores. O levantamento também ressaltou que a venda desses ativos teve seu quarto melhor ano, graças a 984 transações que somaram US$ 328 bilhões.
Na visão da consultoria, com quase todos os investimentos pré-crise de 2008 já resgatados, as empresas de operações de compra se adaptam a uma nova fase, em que os fundos manterão empresas no seu portfólio por aproximadamente cinco anos – período maior do que a média histórica, que durava de três anos e meio a quatro anos. A Bain & Company acredita que essa tendência deve continuar no médio prazo, como resultado dos preços altos de aquisição e de retornos limitados do mercado aberto de equities.
Cenário Brasil
O panorama de private equity no Brasil em 2016 foi quase oposto, devido à crise econômica e de confiança. O ambiente para levantar novos fundos também se mostrou extremamente desafiador por causa da recessão profunda, da desvalorização cambial, das incertezas políticas e das perspectivas de baixo crescimento econômico, mesmo diante da provável recuperação econômica. Já os desinvestimentos foram limitados e o ambiente para realizar investimentos foi bom, segundo a consultoria, até mesmo com algumas situações de preços razoáveis.