Especialistas debatem novidades e tendências de Fintech em workshop realizado pela ANCORD

No dia 12 de setembro, a ANCORD (Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias) realizou em São Paulo o “Workshop Fintech: novidades e tendências sobre a ferramenta que mudou os processos financeiros de empresas e pessoas”.

Contando com a moderação de Felipe Sotto-Maior, CEO da Vérios, o evento reuniu um time de debatedores composto por Rodrigo Pereira da B3, Marcos Charcon da Totvs, Ingrid Barth do Banco Neon e Paulo Avian da Easynvest. Entre diversos assuntos, o grupo discutiu temas como inteligência e transformação digital, desafios enfrentados pelas Fintechs no Brasil, perspectivas para as startups: relação com as grandes corporações financeiras e tendências do setor.

Caio Weil Villares, presidente da ANCORD, abriu o workshop agradecendo a presença dos debatedores e deu as boas-vindas ao grande público que acompanhava o evento, destacando a importância do tema para a indústria da intermediação: “Estamos diante de desafios e oportunidades, sem precedentes, tanto para o nosso segmento, como para o mercado de capitais e todo o sistema financeiro”. E complementou: “Este workshop é mais um passo de um objetivo que traçamos: fomentar debates sobre temas relevantes e contemporâneos que tenham impacto no futuro das atividades de nossos associados.”

Felipe Sotto Maior iniciou o debate questionando o conceito de Fintech para cada debatedor. Entre algumas definições apresentadas, Fintech foi considerada como uma startup que oferece soluções inovadoras ao mercado financeiro com tecnologia e escalabilidade.

Embora o termo Fintech tenha ganhado força há cerca de dois anos, Paulo Avian, diretor de planejamento corporativo da corretora de valores Easynvest, lembrou que muitas empresas já trabalhavam para trazer soluções e ferramentas com o objetivo de facilitar e melhorar as experiências do cliente no setor financeiro com inovação e tecnologia. Ele destacou ainda a importância dos novos modelos de negócios serem personalizados de acordo com o ecossistema local devido às especificidades dos mercados.  Marcos Charcon, executivo de ofertas de serviços financeiros da Totvs, falou sobre o momento de transformação e adaptação que atravessamos e enfatizou a importância da usabilidade e da experiência final para o cliente. Na visão dele, para que a transformação digital e o crescimento sejam consistentes, é preciso atuar e desenvolver soluções pelo “olhar do cliente, e não do CEO ou do presidente da empresa”.

Por sua vez, Ingrid Barth, head de corporate do Banco Neon, salientou que muitas empresas se dizem inovadoras, possuem programas de inovação, mas a cultura delas não muda. Debatendo sobre os principais desafios para as Fintechs, a especialista desmistificou a ideia de como elas funcionam.“ Algumas pessoas imaginam que trabalhar em uma Fintech é pura diversão, que passamos o dia jogando vídeo game. Mas não é assim”.

Segundo a executiva, com uma equipe enxuta – característica comum de várias empresas do segmento – é necessário exercer diversas funções e ser ágil para dar conta da demanda e atender de forma realmente personalizada o cliente, com produtos e serviços muito mais customizáveis.

“O brasileiro está acostumado a ser mal atendido e desconfia quando é bem tratado no segmento financeiro, o que exige de nós uma capacidade ainda maior de provar nossa credibilidade, com informações claras e objetivas”, disse Ingrid. Questões regulatórias, infraestrutura de atendimento e manter-se rentável, atraente e inovador foram alguns outros desafios mencionados.

A importância das parcerias para as Fintechs foi consenso entre os debatedores. O superintendente de novos negócios da B3, Rodrigo Pereira, destacou iniciativas de aculturamento interno para que todos os departamentos da empresa respirem inovação. Ele ressaltou o “Foresee”, programa de inovação por meio de parcerias e investimentos em startups através do qual a Bolsa busca contribuir para o desenvolvimento do mercado e, ao mesmo tempo, conhecer as tendências e novas tecnologias que impactam o modelo de negócios. Rodrigo também falou sobre a participação da B3 no R3, consórcio mundial cujo objetivo é aproximar-se de tudo o que está sendo discutido no novo mundo digital.

Segundo o Presidente da ANCORD, Caio Weil Villares, o momento exige adaptabilidade e busca por inovação. “O potencial das tecnologias já existentes – como a própria infraestrutura das moedas virtuais, blockchain e seus smart contracts – parece ser quase infinito. Qualquer exercício de futurologia torna-se ainda mais complexo, quando tecnologias que até pouco tempo atrás existiam apenas em filmes de ficção científica começam a se tornar realidade. As transformações aconteceram de uma forma muito mais rápida do que nós imaginávamos, por isso é importante estar atento às mudanças”, concluiu.

O workshop também foi transmitido via webinar. Para assistir ao evento completo, clique aqui.

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